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20/07/18 às 09:00

Cuiabá - Custodiadas da penitenciária feminina aprendem a fazer embutidos e defumados

Fernanda Nazário | Sejudh-MT

AguaBoaNews

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Cuiabá - Custodiadas da penitenciária feminina aprendem a fazer embutidos e defumados

Foto: Assessoria

Mulheres custodiadas na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, iniciaram nesta semana o curso profissionalizante de embutidos e defumados de produtos de origem animal. A capacitação é resultado de uma parceria entre a unidade e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em Mato Grosso.

Mãe de quatro filhos e avó de cinco netos, a reeducanda V.G.C., 41 anos, agradece com um sorriso no rosto a oportunidade da qualificação. Para ela, o curso é uma ponte para a mudança que tanto almeja. “Já fiz muitas escolhas erradas, mas agora pretendo viver diferente porque quando a gente sai, a sociedade nos rejeita. E o que estou aprendendo aqui é o início para a minha independência. Quero montar meu pequeno negócio”, conta V.G.C, que está reclusa há um ano.

O sonho de romper com o círculo vicioso da criminalidade e ser independente financeiramente é unânime entre as 15 reclusas que participam do curso. A.F, 40 anos, presa há três anos, acredita que quanto mais qualificada elas estiverem maior será a chance de concretizarem este desejo, pois estarão mais aptas para entrarem para o mercado de trabalho ao progredirem de regime.

R.G, 23 anos, cumpre pena há quatro, entende que não vai ser fácil recomeçar a vida, mas acredita que só de saber fazer carnes embutidas e defumadas já é um motivo para lutar. “Agradeço a Deus, a direção e o professor por essa aula. Eu quero sair daqui uma pessoa melhor”, planeja.

As aulas estão sendo ministradas pelo técnico em alimentos e gestor ambiental do Senar, Aécio Ferreira de Portugal.  Durante as aulas que seguem até sexta-feira (20.07), ele orientará as alunas sobre as normas de fabricação, de higiene e como aproveitar as carnes. Mostrará também as diferentes técnicas de corte e o processe de defumação. “Elas podem desenvolver esse trabalho em casa, ensinar a família e gerar renda por meio da comercialização para mercadinhos ou até mesmo açougues do bairro”, explica o professor.

Para a diretora da penitenciária, Maria Giselma Ferreira da Silva, o investimento na profissionalização é importante para a ressocialização de quem está privada de liberdade. Segundo ela, ao participar de uma formação as internas percebem que a unidade se interessa na mudança de vida delas. “Queremos que elas vejam as possibilidades de viver do trabalho honesto, com uma fonte de renda oriunda de uma produção simples, caseira”, acrescenta.

Ao final da capacitação, as alunas receberam um certificado com 40h/aulas. Elas também receberão remição da pena, conforme prevê a Lei de Execução Penal, que determina que a cada três dias trabalhados, um dia é descontado na pena recebida.
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