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18/07/18 às 21:13

Médica de Cuiabá explica por que entrou na fila do suicídio assistido

'Conversa com Bial' promoveu debate sobre pacientes terminais que desejam abreviar sua vida para reduzir o sofrimento

Globoplay via Redação AguaBoaNews

Edição: Clodoeste 'Kassu' AguaBoaNews

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Médica de Cuiabá explica por que entrou na fila do suicídio assistido

Foto: Globoplay

Nesta terça-feira, 17/7, o Conversa com Bial promoveu um debate sobre os cuidados paliativos no fim da vida com a presença da médica Ana Claudia Quintana; Elfriede Galera, a Frida, paciente com câncer metastático; e  médica de Cuiabá, Letícia Franco, portadora de uma doença terminal.

Esta última é uma renomada oftalmologista que optou pelo suicídio assistido em uma clínica na Suíça, após esgotar todas suas possibilidades de tratamento. Ela é portadora de uma síndrome rara, a Asia Síndrome. "Recebi o diagnóstico em 2010. A minha estimativa de vida é de nove anos", contou Letícia.

De acordo com um ranking divulgado pela revista britânica “The Economist” sobre a qualidade da morte, o Brasil ocupa o 42º lugar – em uma lista com 80 países - estando atrás de nações como Uganda e Mongólia. Nesses tempos em que a expectativa de vida é cada vez maior, o debate sobre os cuidados com pacientes terminais se tornou um tema urgente. No caso de Letícia, a busca pelo suicídio assistido significa também o fim do sofrimento para sua família.



"Comecei a ter um agravamento muito sério da patologia, sem perspectiva de melhora e cura. Foram muitas tentativas de tratamento e internações."

"Quando tenho crise, fico paralisada e paro de respirar. Fiquei em coma quase seis meses."

A médica detalha como a doença afetou não só ela, mas também quem está ao seu redor: "A dor e o sofrimento não eram só meus. Parecia que eu estava matando minha família. Foi aí que decidi não prolongar mais isso, para ninguém sofrer". Após esgotar os tratamentos e possibilidades existentes, Letícia optou por uma última solução: o suicídio assistido. No entanto, com a aprovação da clínica suíça para seguir com o procedimento e, depois de uma dura discussão com sua família, mais uma surpresa:

"Arrumei tudo para ir [para a Suíça] e minha mãe desistiu. Ela perguntou como ia conseguir levar uma filha dela para morrer? Foi um momento de desespero meu. E o medo da doença voltar e morrer com dor, no hospital, cheia de tubos...?"

Reencontro com o ex

Noivo de Letícia, Guilherme Viñe reatou com a ex-namorada após ver um post de despedida em uma rede social. Com o reencontro, ele acabou fazendo com que médica adiasse sua viagem para a Suíça: "A gente se distanciou porque ela tinha ido estudar fora do Brasil, mas a gente nunca deixou de se gostar".

"Fui lá para me despedir dela em todos os sentidos. Não deu certo! Não consegui ir embora e a gente decidiu se casar."

Além disso, existe ainda o caso de Letícia, o chamado suicídio assistido. "Esse é o termo que mais se parece com a eutanásia porque tem a ver com abreviação da vida de um paciente com uma doença incurável. Mas, nesse caso, quem pratica o ato que provoca a morte é o próprio paciente, tomando um medicamento ou apertando uma bomba de infusão. No Brasil, é proibido", afirma a advogada.

Assista aqui o programa
Fonte: Globoplay

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