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19/09/15 às 13:20

Xingu: Índios teriam sequestrado servidores

Um repórter cinematográfico e uma fotógrafa do Ministério da Cultura teriam sido feitos reféns na cidade de Canarana, no Alto Xingu; órgão nega

Yuri Ramires

Diário de Cuiabá

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O Ministério da Cultura (MinC) negou ontem que um repórter cinematográfico e uma fotógrafa vinculada ao órgãos teriam sido feitos de reféns na cidade de Canarana, no Alto Xingu, por um grupo de indígenas no final do mês passado. A informação inicial foi divulgada pela coluna Radar On-line, do articulista Lauro Jardim, na internet.

Segundo a publicação divulgada ontem, para liberar a dupla foi cobrado um valor de R$ 50 mil, que a nota leva a crer que foi pago. O fato teria acontecido dias antes da visita do ministro Juca Ferreira ao Xingu, que acabou sendo cancelada.

“A respeito da nota da coluna Radar On-line [...], não é verdade [...]. Gostaríamos de reiterar também que não foi feito o pagamento de quantia alguma para quem quer que seja”, afirmou a assessoria do ministério.

Conforme o MinC, para a cobertura da tradicional Festa do Quarup, um repórter cinegrafista e uma repórter fotográfica foram enviados ao Xingu no dia 20 de agosto.

“Eles passaram pelo município de Canarana (MT) apenas na ida para almoçar e comprar mantimentos e chegaram de noite na Aldeia Iptse, onde ocorreu o evento”, explicou o Ministério.

No entanto, na sexta (21), o cacique Pirakuman Yawalapiti, importante líder do local, faleceu em decorrência de um enfarto, que deixou todas as etnias em choque. A morte do cacique foi destaque em diversos noticiários.

“O que levou muitas delas a desistirem de participar do evento e se recolheram em luto. O ministro Juca Ferreira, em respeito ao luto, cancelou sua ida anteriormente programada”, ressaltou a nota.

Porém, a equipe de cobertura teria decidido ficar no Xingu para fazer a reportagem proposta. “Eles voltaram a Brasília no domingo 23 de agosto, logo após a luta Huka Huka, último evento do Quarup”.

Um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai), que preferiu não se identificar, disse que não ficou sabendo da situação. “A cidade é pequena, e caso isso tivesse acontecido, geraria uma mobilização grande aqui”, lembrou.

Já Orlandina Alves, também da Funai, contou que houve uma situação de estresse, mas por conta da morte de um líder indígena. Ela disse que o coordenador regional, Kumaré Txicão, poderia falar melhor sobre o fato, mas ele estava na aldeia, incomunicável.

A Coordenação Regional do Xingu em Canarana atende 16 povos indígenas de diversas culturas e tradições, entre eles os povos: Kuikuru, Kaiabi, Kalapalo, Yawalapiti, Suyá/Kisedje, Yudja, Matipu, Naruvuto, Waura, Tapaiuna, Trumai, Nafuwa e Mihinaco, ao todo somam mais de sete mil índios.

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