Notícias / Saúde

03/07/18 às 17:34

Por que a geriatria é desafiadora para profissionais da saúde no Brasil?

Em 2050, serão quase 70 milhões de idosos no país

Débora Ramos

AguaBoaNews

Imprimir Enviar para um amigo
Por que a geriatria é desafiadora para profissionais da saúde no Brasil?

Foto: Divulgação

O envelhecimento da população é um desafio para a área da saúde no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa brasileira era de 20 milhões em 2010. Em 2050, a tendência é que esse número suba para quase 70 milhões. Para piorar, o país não possui planejamento necessário e tantos recursos financeiros como os países ricos para lidar com essa problemática.

Por causa dessa demanda, a área de geriatria, que cuida da prevenção e do tratamento de doenças e da reabilitação e dos cuidados de idosos, tem se tornado disciplina obrigatória em algumas escolas médicas ao redor do país. Para quem deseja fazer vestibular de medicina, essa é uma área que está em alta em decorrência dos acontecimentos demográficos.

 Apesar disso, um estudo publicado em 2016 pela Revista da Associação Médica Brasileira mostrou que menos da metade das escolas traz algum conteúdo relacionado com esse tipo de formação, o que faz com que profissionais de saúde entrem no mercado sem o tipo de preparo necessário para trabalhar no auxílio aos idosos. Para combater essa onda de desinformação e de qualificação, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) lançou, em 2014, um programa com sugestões de disciplinas sobre o assunto para as escolas médicas.

Os programas que envolvem a qualidade de vida do idoso também precisam ser multidisciplinares, o que aumenta a complexidade do debate. Profissionais de diferentes áreas, como Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Medicina, precisam se integrar para proporcionar uma vida mais autônoma e de qualidade aos brasileiros.

Não basta apenas ter uma alta expectativa de vida. O vice-presidente do Conselho Nacional da Pessoa Idosa (CNDPI), Bahij Amin Auh, afirma à Agência Brasil que o país enfrenta o desafio de aumentar a oferta de políticas públicas que garantam que a população idosa envelheça de forma ativa. “Não adianta um corpo vivo. É preciso que a mente e as relações das pessoas idosas estejam em atividade”, disse. Para que esse processo aconteça, é fundamental o apoio da família e políticas de acolhimento.

Existem centros de acolhimento no Brasil, mas o que acontece, na maior parte das vezes, é desconhecimento sobre os serviços ou preconceito. Os asilos são os locais mais conhecidos, mas também existem os centros de convivência, indicados para idosos que tenham autonomia. Lá, eles praticam atividades recreativas e aprendem novas habilidades, além dos centros-dia, para quem precisa de atendimento terapêutico. É frequente também o pensamento de que essas instituições são apenas para as pessoas que não possuem família e de que elas não respeitam a individualidade do indivíduo.

comentar  Nenhum comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Agua Boa News. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Agua Boa News poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
 
 
Sitevip Internet