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17/06/18 às 09:27 / Atualizada: 17/06/18 às 09:43

Índios lutam para conseguir cultivar transgênicos

O Ibama multou seis comunidades nativas e agricultores por uso de trangênicos

Leonardo Gottems | Agrolink

Edição: Clodoeste 'Kassu' AguaBoaNews

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Índios lutam para conseguir cultivar transgênicos

Foto: Divulgação

Algumas comunidades indígenas do Brasil estão lutando pelo direito de plantar espécies geneticamente modificadas nas lavouras de suas reservas. Atualmente, a lei brasileira não permite que os indígenas produzam transgênicos para comercialização ou façam associação com agricultores não nativos.  

Na reserva de Uirapuru, o Cacique João Ponce determinou que seus companheiros pudessem cultivar cerca de 18 hectares, mais ou menos um terço da área total, com soja e milho. De acordo com Ponce, a atitude permite que os indígenas evoluam, podendo comprar eletrodomésticos e outros objetos que facilitam a vida em comunidade, como celulares, geladeiras e automóveis. "Estamos cercados por fazendeiros. Nós não podemos mais viver da caça. Os animais se foram ", disse. 

Contudo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), multou seis comunidades nativas e agricultores com terra nas reservas por uso de transgênicos e associação com outros produtores, o valor das multas totalizam R$ 129 milhões. René de Oliveira, agente do Ibama, afirma que o alvo não são os índios e tudo que foi feito teve o intuito de preservação. "Não estamos alvejando os indígenas. Ele foi sitiado, cooptado. Ele é uma vítima e o ambiente de reserva é prejudicado por essa pressão sobre a terra ", pontua. 

Agora as tribos estão tentando regularizar o que já fazem e conseguir comercializar o que é cultivado nas reservas. Arnaldo Zunizakae, administrador de agricultura na reserva de Pareci, cometa que a Fundação Nacional do Índio está de acordo com as plantações e que o número de mortalidade infantil entre eles diminuiu já que agora têm dinheiro para custear cirurgias e medicamentos. "Queremos poder vender para a Bunge, Amaggi, Cargill, Dreyfus, para podermos comprar nossas próprias máquinas. Mas sem uma licença que mostre a origem, nossa soja precisa sair clandestinamente ", conclui. 

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