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12/06/18 às 07:04 / Atualizada: 12/06/18 às 10:29

Investigação complexa - Delegado tenta localizar pai de bebê indígena que foi enterrada pela bisavó

Valquiria Castil, Gazeta Digital

Edição: Clodoeste 'Kassu' AguaBoaNews

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Investigação complexa - Delegado tenta localizar pai de bebê indígena que foi enterrada pela bisavó

Foto: Polícia Militar - CR-13

O delegado Deuel Paixão de Santana responsável pelo inquérito policial que investiga o caso da bebê indígena que foi enterrada viva pela bisavó e sobreviveu após cerca de 7 hora, ainda procura pelo pai da menina, um índio da etnia Trumai. O caso foi registrado na última terça-feira (5) em Canarana.

Ele segue colhendo oitivas de testemunhas e familiares da bebê filha de uma adolescente indígena de 15 anos. A criança  foi resgatada pela Polícia Militar de dentro de uma cova e está internada num leito de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa da Misericórdia de Cuiabá. 

Em entrevista ao Gazeta Digital, o delegado destaca que o caso é complexo. Isso porque indígenas dessa etnia se fixam em toda a região do Xingu, o que abrange várias cidades mato-grossenses até o estado do Pará. “Há muita dificuldade quando se trata de indígena para concluir uma investigação e não é só, envolve uma menor também. Nesse caso, nós vamos acionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) para conseguir localizar o pai. Depois a gente manda um ofício para que ele se apresente na delegacia”, explica o delegado.

A mãe da recém-nascida, uma adolescente de 15 anos, assim como a avó e bisavó, ambas acusadas de enterrar a bebê viva, pertencem à etnia Kamayura. Mas o delegado frisa que por conta do lado paterno a jovem também teria descendência Trumai.
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Em depoimento, a adolescente alegou que namorava o homem escondido da família e quando os pais descobriram ela já estava grávida. Além disso, contou que o pai da criança já tinha uma família. “Ela sempre quis o bebê”, relatou o delegado ao afirmar que até o momento a mãe nunca tocou e nem viu a menina.

A investigação aponta que a avó e bisavó da bebê não a queriam por ser filha de mãe solteira. Embora exista uma cultura indígena onde crianças de mãe solteira são enterradas vivas após o nascimento, o delegado afirma que não é este o caso, pois elas iniciaram tentando interromper a gravidez. “Vamos continuar as investigações nessa mesma linha para apurar a participação e a motivação do crime, principalmente para elucidar se a ação foi premeditada”, finaliza.

Caso

A Polícia Militar divulgou um vídeo do resgate (ver abaixo) que mostra o exato momento em que a criança é retirada de um buraco. Estima-se que a criança ficou mais de 7 horas debaixo da terra até ser resgatada já que teria sido enterrada por volta das 14h e resgatada por volta das 21h.

De acordo com informações do boletim de ocorrência, o caso foi registrado por volta das 20h, da última terça-feira (5), quando os policiais receberam uma denúncia de que uma indígena de 15 anos, havia dado a luz a uma menina por volta das 12h, e já as 16h a criança teria sido enterrado pela bisavó com consentimento da mãe no terreno do lote ao lado da residência onde mora a família.

 
A avó e bisavó da recém-nascida indígena, enterrada viva em Canarana premeditaram a tentativa do homicídio, conforme apontam as investigações da Polícia Civil.

A avó foi presa ontem e a bisavó já estava presa desde terça-feira. O delegado responsável pelo caso, Deuel Paixão de Santana, destaca que os depoimentos confirmaram que as duas já haviam tentado fazer com que a adolescente de 15 anos abortasse, sem sucesso, e chegaram a coagir os familiares para não contarem a verdade.

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