O recém-nascido João Gabriel Tauffer Silva, 27 dias, que sofre com cardiopatia grave e está internado na Santa Casa de Rondonópolis, desde segunda-feira (7), quando conseguiu transferência do Hospital Regional de Água Boa na esperança de uma cirurgia cardíaca, não poderá mais fazer o procedimento naquela unidade. A informação foi repassada ao Gazeta Digital pela mãe da criança, a funcionária pública Cândida Tauffer, 30.
Segundo ela, ainda na segunda-feira, após o boletim médico que é expedido às 18 horas, a médica informou que o hospital não tem condições de realizar o procedimento e que João Gabriel terá que ser transferido novamente. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, respira por meio de aparelho e se alimenta com sonda. O Gazeta Digital entrou em contato com a Santa Casa de Rondonópolis para saber o exato estado de saúde de João Gabriel, mas foi informado apenas que o paciente encontra-se em quadro estável, aguardando resultado de nova avaliação.
Ás 18 horas desta terça-feira (8), um novo boletim médico será emitido com a situação clínica do bebê e a indicação do que é preciso ser feito. Caso se confirme a necessidade de transferência, isso será feito por meio da Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS) municipal e estadual.
Se necessário fazer o tratamento fora do Estado, o trâmite passa pelo sistema de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), pela Central de Regulação de Alta Complexidade (Cerac), que é um sistema nacional. No caso de urgência, o processo pula a parte da regulação municipal e vai direto para a estadual, conforme informou a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Os hospitais de referência nacional no caso são o Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR) e Beneficência Portuguesa, em São Paulo (SP).
Não é possível afirmar quanto tempo essa movimentação leva por depender do número de pessoas na fila pelo mesmo tratamento, porém, a Defensoria Pública de Mato Grosso, que foi quem conseguiu, por meio de liminar na Justiça, a primeira transferência de João Gabriel, está orientando a família para que, na falta de vaga e dificuldade para seguir no tratamento, uma nova ação judicial seja movida. Conforme a defensora Gisele Chimatti Berna, da Defensoria de Água Boa, o caso será acompanhado pelo órgão de Rondonópolis.
Bebê está internado na Santa Casa de Rondonópolis
Enquanto isso, a mãe de João Gabriel, Cândida Tauffer, afirma se sentir impotente. “Se eu pudesse tirar com as minhas mãos tudo o que está acontecendo com meu filho, eu tirava”, disse, aflita. Em Rondonópolis, ela está acompanhada do marido Gildeon Santos Silva, 29, que trabalha em uma empresa de móveis. O casal deixou em Água Boa o filho mais velho, de 13 anos, com a avó e não sabem como ficará a situação financeira da família longe de casa e do trabalho, por conta do tratamento do bebê. Para entrar em contato com a família e oferecer ajuda, o telefone de Cândida é (66) 9 9911 0799 e o de Gildeon é (66) 9 9629-5442.