Notícias / Notícias Gerais

13/09/15 às 22:28 / Atualizada: 13/09/15 às 22:33

Decreto que autoriza construção da Rodovia Transbananal pode sair ainda este ano

Até novembro deste ano, a presidente Dilma Rous­seff (PT), deve publicar decreto autorizando o traçado para a construção da TO-500, que passa por dentro da Ilha do Bananal. A expectativa é de José Rubens Mazzaro, engenheiro responsável pela rodovia que liga o Mato Grosso ao Tocantins. Segundo ele, a pendência para o início da obra pode estar próxima de um desfecho.

De acordo com Mazzaro, cinco empresas, sendo duas nacionais e três estrangeiras, farão a obra. Ou seja, será uma rodovia privatizada em que se cobrará pedágio. O engenheiro acredita que após o decreto a obra não vai demorar a começar. A estrada poderá facilitar ainda o escoamento da produção e fortalecerá as relações comerciais entre os dois Estados.

A construção da rodovia TO-500, trecho de aproximadamente 90 km que ligará os Estados de Mato Grosso e Tocantins, atravessando a Ilha do Bananal e conectando-se à BR-242 foi novamente discutido durante a Jorna­da de Integração Logística Mato Grosso e Tocantins, que aconteceu nos dias 10 e 11 de setembro.

O evento, denominado de “Rally Logístico”, reuniu representantes dos dois Estados em São Félix do Araguaia (MT) e no município de Formoso do Araguaia-TO. A comitiva fez a travessia de carros, caminhões e motos pela área onde a rodovia deve ser construída. O objetivo, segundo o produtor Júlio Calisto, é mostrar que é possível trafegar pela Ilha do Bananal, mesmo antes da conclusão do projeto da TO-500. “Nesse período de seca é possível passar tranquilamente, são 84 quilômetros, que não têm areião, não têm nada impedindo. Na verdade, a estrada já é usada por índios”, comentou o produtor, ressaltando que os indígenas são favoráveis à travessia da ilha, porque trará melhorias para muitas aldeias que hoje vivem isoladas.

A interligação de Mato Grosso com o Tocantins, por meio da Rodovia Transbananal, que ficou conhecida como TO-500, foi tema de audiência recentemente entre os governadores Marcelo Miranda e o deputado estadual de Mato Grosso Baiano Filho, ambos do PMDB. Miranda destaca a importância de buscar estratégias para que o projeto possa se consolidar sem prejuízos ambientais.

De acordo com o governador, a discussão em torno do projeto de implantação da Travessia Transba­nanal interligará os estados de Mato Grosso e Tocantins pelos municípios de São Felix do Araguaia e Lagoa da Confusão. “Nós sabemos da importância dessa discussão e esse é o momento de aprofundarmos ainda mais, chegando até o governo federal”, disse ele.

Obra estratégica

A Rodovia Transbananal Idjar­ruri Karajá vai integrar o sistema viário do Tocantins, ligando o município de Dueré a São Félix do Araguaia, no Estado de Mato Grosso, na Expansão Estratégica da Malha Viária para o Desenvol­vimento e Segurança Nacional.

A inclusão da rodovia justifica-se pelos seguintes fatores: é uma obra estratégica sob o ponto de vista do Tocantins do Centro Norte e Centro-Oeste brasileiro e é a solução dos problemas que afligem os dois estados e dificulta a integração dos oceanos Atlântico e Pacífico. Portanto, a integração do Brasil com os países que integram uma região importante além da linha do Equador, nas Américas do Norte e Central. Além disso, dá competitividade à produção e aos produtos brasileiros em outros mercados, como América, Europa e Ásia (Japão e China).

A obra integrará a BR 242, de Leste a Oeste, criando um novo corredor de exportação nacional, sendo a única ligação entre To­cantins e Mato Grosso; será a integração das regiões Norte (To­cantins e Pará) e Centro-Oeste e Nordeste (Mato grosso e Bahia), ao mesmo tempo que abrirá novas fronteiras agrícolas e turísticas, permitindo a expansão econômica, através da integração regional sul-americana com a interligação do Atlântico ao Pacífico.

A rodovia também é constituída de uma estrada parque nos 90 km que cruzam de Leste a Oeste a Ilha, respeitando o fluxo das cheias e vazantes, proporcionando assim o livre e seguro trânsito de animais. Além disso, a obra terá relevante papel no monitoramento ambiental do Parque Nacional do Araguaia e de terras indígenas dos povos Karajá e Javaé, residentes no local.

A estrada poderá facilitar ainda o escoamento da produção e fortalecerá as relações comerciais entre os dois Estados. Ao todo, deverão ser investidos R$ 1,053 bilhão nas obras através de Parceria Público-Privada (PPP).

A divisa entre Mato Grosso e Tocantins pelo rio Araguaia é de cerca de 400 km. Atualmente, não há nenhuma via de ligação por terra e nem mesmo pontes que conectam os dois Estados. A travessia precisa ser feita por balsas. Um dos entraves para a construção da rodovia é a travessia da Ilha do Bananal, considerada a maior ilha fluvial do mundo e Terra Indígena (TI) onde vivem cerca de 1.400 índios da etnia Carajás.


Linha Verde será um marco para turismo de Gurupi e região

A Linha Verde, projeto rodoviário que pretende pavimentar as rodovias TO 365 (Gurupi–Ipu­eiras) e TO 362 (Ipueiras–Breji­nho do Nazaré), idealizada pelo vereador de Gurupi Jonas Barros (PV) e pelo engenheiro rodoviário José Rubens Mazzaro, planeja reflorestar as margens das rodovias e criar um plano de desenvolvimento para a região a partir de um estudo das principais potencialidades dos municípios, bem como dos grandes e pequenos produtores rurais.

Dentre os objetivos do projeto está o turismo. O engenheiro Rubens Mazzaro destaca que Gurupi pode se tornar o portal turístico da região. “Se traçarmos um raio de 600 Km você tem muitas cidades sem um centro turístico tão bom como este: Rio Tocantins, Rio Araguaia e Ilha do Bananal. Podemos desenvolver aqui um ponto turístico com a criação da Linha Verde e criação de praias artificiais”. Mas ele ressaltou que a cidade precisa se preparar. “Todo gestor deve ter uma equipe técnica capacitada para desenvolver os projetos. Gurupi precisa se adequar para ser um portal turístico como pretende ser. Primeira coisa que Gurupi precisa ter é uma rodoviária”, disse Mazzaro.

Com a pavimentação das TOs 365 e 362, o trajeto de Gurupi até as margens do Rio Tocantins será reduzido. “As praias do Rio Tocantins é um tremendo ponto turístico e isso atrai turistas, e, consequentemente, dinheiro de fora para ser gasto aqui dentro”, enalteceu Mazzaro.

A economia da região promete ser aquecida com a linha verde, de acordo com o engenheiro. Ele salienta que o governo, ao fazer uma obra, deve pensar no aspecto social e conhecer as dificuldades e potencialidades de quem está localizado às margens das rodovias.

O vereador Jonas Barros, que é do Partido Verde, explica que a Linha Verde tem esse nome justamente por pensar no meio ambi­ente. “Eu, como filiado ao Par­tido Verde, vejo com estrema importância o desenvolvimento da região por meio de novas obras. Devemos levar o progresso ao interior. O Trevo da Praia tem muito a ganhar com o projeto, economicamente falando. Mas devemos pensar na natureza. Por isso, será feito um estudo de impacto. Em toda a margem das rodovias serão plantadas árvores nativas. Queremos também ajudar os produtores rurais localizados na região.”


Viabilidade econômica

A Linha Verde não é um projeto barato. O engenheiro Mazzaro ainda não sabe precisar valores, mas acredita que a obra possa sair em torno de R$ 200 milhões. Ele sugere que seja feito um consórcio entre os municípios beneficiados para que não saia caro para apenas uma parte.

“Supomos que seja esse valor (R$ 200 milhões). Feito um cronograma para a obra sair em quatro anos seria cinquenta milhões de reais por ano. Se dividir isso por 10 prefeituras já fica cinco milhões. Assim, ficará mais fácil buscar esse dinheiro em Brasília”, explica.

“Não basta entregar um ofício como muitas prefeituras fazem. Deve ser feito um projeto e entregar aos ministérios adequados”, ressalta Rubens Mazzaro.


Crise em níveis federal e estadual preocupa governador

Diante do cenário de crise nacional, o governador Marcelo Miranda (PMDB) vislumbra dias de vacas magras para a maior parte dos Estados brasileiros. Ele chegou a essa conclusão após reunião entre o vice-presidente Michel Temer e os governadores peemedebistas e mais os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, respectivamente, no Rio de Janeiro, no dia 8.

Na avaliação do governador, dificilmente os governos estadual, na sua grande maioria, não terá condições financeiras para honrar seus compromissos com os servidores públicos. É bem possível que os salários de final de ano e o 13° sofram atrasos.

Miranda, no entanto, faz um discurso otimista, apesar do cenário nada alvissareiro para as finanças do Estado. “Quando ouço o relato dos meus colegas governadores, fico feliz de ser do Tocantins, apesar das dificuldades, temos muito que comemorar”, afirma, com certo otimismo, ao destacar, em solenidade recente em Palmas, o avanço da agricultura, a posição estratégica do Estado e a abertura de mais de 11 mil empresas, metade de tudo que já aconteceu nos 27 anos do Estado.

Na análise do governador, a preocupação com a crise brasileira é generalizada. “Somente com muita criatividade para enfrentar a crise de frente”, defende Miranda.

comentar  Nenhum comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Agua Boa News. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Agua Boa News poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
 
 
Sitevip Internet