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22/04/18 às 23:44

Xingu - Fotógrafo francês faz exposição no DF com 150 imagens da tribo Yawalapiti

Mostra 'Yawalapiti – Entre tempos' fica em cartaz até 20 de maio. Olivier Boëls critica relação do Brasil com os povos indígenas.

Luiza Garonce, G1 DF

Edição: Clodoeste 'Kassu' AguaBoaNews

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Xingu - Fotógrafo francês faz exposição no DF com 150 imagens da tribo Yawalapiti

Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu

Foto: Olivier Boëls/Divulgação

O respeito e a valorização da cultura indígena são os pilares que sustentam o trabalho do fotógrafo francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", em cartaz no Museu da República de Brasília até 20 de maio.
 
A mostra reúne cerca de 150 imagens do cotidiano da tribo Yawalapiti, que vive no Parque Indígena do Xingu. Integrantes da tribo participam da exposição com explicações aos visitantes e demonstrações de rituais.
 
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
 
A intenção é aproximar a cultura dos povos tradicionais de um Brasil que, segundo Boëls, rejeita a própria origem. Na visão dele, os brasileiros tendem a apagar a história das tribos e a desprezar a importância dos indígenas para a formação da identidade nacional.
 
"Eu conheço muitos poucos países que têm uma diversidade cultural tão grande [como o Brasil] e acho que o Brasil não sabe aproveitar isso, pelo contrário", disse ao G1. "Aqui, falam dos povos indígenas de forma ainda muito pejorativa, muito estereotipada. Tem muita discriminação."
 
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
 
"Muitas vezes, a gente dá crédito pra quem estudou 4, 5 anos, que tem um doutorado – e dá crédito sem questionar absolutamente nada", criticou. "Esses povos têm um conhecimento da natureza milenar e cada um deles tem décadas de convivência com a natureza. É uma sensibilidade que as pessoas da cidade não têm."
 
Pra ver de perto
 
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
 
As fotografias resumem cinco anos de convivência de Boëls com os povos Yawalapiti, uma das 16 etnias que habitam o Parque Indígena do Xingu – área de preservação ao norte do Mato Grosso criada em 1961 por iniciativa dos irmãos Villas Bôas para proteger as comunidades indígenas e a reserva ambiental.
 
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
 
A exposição, no entanto, não é a exibição do trabalho de um fotógrafo – explica Boëls. É a revelação coletiva da cultura de uma aldeia. O olhar foi o francês que emprestou, mas são os próprios índios que dão sentido às imagens.

"É uma exposição com eles, não sobre eles."
 
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
 
A legenda de cada uma das fotografias é escrita por integrantes da tribo, assim como os textos explicativos da mostra. Durante toda a temporada de exposição, serão os próprios Yawalapiti que farão a mediação com o público – cem deles estão em Brasília.
 
Eles vão apresentar a mostra aos visitantes, promover mesas-redondas e ainda fazer apresentações de cantos e danças tradicionais, lutas, pintura corporal e até oficina de arte manual.
 
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
 
Neste domingo (22), guerreiros da aldeia farão uma demonstração da luta “Huka Huka”, tradicional dos povos do Xingu. Na terça (24), o fotógrafo, Olivier Boëls, participa de uma mesa-redonda com três caciques Yawalapiti: Waripirá, Makawana e Aritana – considerado uma das maiores lideranças indígenas do país.
 
Os Yawalapiti
 
A aldeia Yawalapiti ocupa uma área de 27 mil quilômetros quadrados dentro do Parque Indígena do Xingu. A região fica entre o planalto central e a floresta amazônica, e é cortada pelo rio Xingu e afluentes.


 
Foto do francês Olivier Boëls na exposição "Yawalapiti – Entre tempos", sobre tribo que habita Parque Indígena do Xingu (Foto: Olivier Boëls/Divulgação)
 
Os Yawalapiti vivem em grandes casas coletivas construídas lado a lado, em formato circular, em um terreno limpo. Na praça central, fica a "casa dos homens" e é onde são realizadas as cerimônias tradicionais, como rituais, festas e lutas.
 
Yawalapiti – Entre tempos
Data: de 19 de abril a 20 de maio de 2018
Hora: 9h às 18h30 (terça a domingo)
Local: Museu Nacional da República – Asa Sul

De graça

 
A mostra oferece duas visitas guiadas com interpretação em Libras no próximo sábado (28), às 15h, e no dia 12 de maio, às 10h.

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