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11/09/15 às 13:11

Filho de vereador diz ter comprado diploma de dentista por R$ 3,5 mil

Falso dentista foi liberado nesta sexta após confessar a compra. Ele vai responder por uso de documento falso e falsificação de documento.

Filho de vereador diz ter comprado diploma de dentista por R$ 3,5 mil

Polícia flagrou falso dentista atendendo em posto de saúde

Foto: Reprodução/TVCA

O falso dentista preso em flagrante em Várzea Grande, nesta quinta-feira (10), por exercício ilegal da profissão, falsificação de documento e uso de diploma falso, Joilton da Silva Gusmão, de 24 anos, foi liberado nesta sexta-feira (11). Segundo a delegada Cleibe Aparecida de Paula, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Administração Pública (Defaz), ele confessou ter comprado o diploma por R$ 3,5 mil.

Por ser um crime de menor potencial ofensivo, ele assinou um termo circunstanciado e foi liberado. Ele vai responder por uso de documento falso e falsificação de documento.

Filho do vereador da cidade, Hilton Gusmão (Pros), Joilton havia sido contratado como servidor pela Prefeitura de Várzea Grande e atuava como dentista no Posto de Saúde Manaíra. Ele foi preso pelos policiais da delegacia após denúncia feita pelo Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO-MT) no momento em que atendia um paciente na unidade, localizada no Bairro Boa Esperança.
O jovem também foi flagrado prescrevendo receitas aos pacientes. Como o posto de saúde ainda está sem os equipamentos cirúrgicos, a polícia aponta que o falso dentista não teria feito nenhum procedimento deste tipo.

Logo após a prisão do falso dentista, o advogado e irmão de Joilton, Jhonatan Gusmão, informou que o suspeito estudava odontologia em uma universidade da capital, mas não soube informar se ele tinha concluído o curso. Na Defaz, o vereador e pai do acusado disse que não sabia os motivos da prisão.

A delegada Cleibe Aparecida de Paula contou que foram feitas busca e apreensão de documentos na Prefeitura Municipal, no setor de administração, na Secretaria de Saúde e também na residência do servidor. “Recebemos a informação do Conselho de que os documentos apresentados pelo servidor eram grosseiros e com indícios de irregularidade. Investigamos o caso, fomos com câmera escondida até o local onde ele trabalhava e o jovem sempre se apresentava como dentista. Buscamos pelos documentos dele na administração municipal para averiguar a contratação”, relatou.
 
Delegacia recolheu documentos no prédio da prefeitura de Várzea Grande (Foto: Polícia Civil/ MT)Delegacia recolheu documentos no prédio da
prefeitura de Várzea Grande (Foto: Polícia Civil/ MT
Ao G1, o presidente do Conselho Regional de Odontologia, Luiz Evaristo Ricci Volpato, explicou que o servidor esteve na diretoria do CRO no mês de julho em busca do documento para exercer a profissão. Na ocasião, segundo Volpato, ele apresentou o falso diploma com assinatura de uma universidade particular da capital e conseguiu a carteirinha provisória.

“Depois disso, recebemos a informação de que o jovem era estudante de odontologia, mas já havia abandonado o curso há algum tempo. Ele não se formou na área e estava trabalhando. Além disso, o diploma apresentado era de uma universidade da capital e ele estudava em uma de Várzea Grande”, relatou, ao destacar que a universidade confirmou que o documento apresentado era falso. Após isso, o Conselho encaminhou o caso para a Polícia Civil.

 
 
A Delegacia Fazendária também apreendeu documentos relacionados à contratação da irmã de Joilton, que atua como enfermeira no pronto-socorro municipal. Nesse caso, a delegada frisa que não há denúncia de falsificação, porém, vai analisar os documentos. Ela não foi presa e não há investigação contra a servidora.

Por meio de nota, a Prefeitura Municipal informou que os dois servidores foram contratados temporariamente para o setor da Saúde e que ambos já foram afastados das funções até que a investigação seja concluída. Também determinou a abertura de processos administrativos disciplinares para verificar se houve falsificação de documento que comprove exercício irregular de profissão por parte dos contratados. Além disso, a administração municipal garante que está colaborando com a Polícia Civil nas investigações.

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