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06/04/18 às 18:40

Facebook vai exigir confirmação de identidade e localização de pessoas que fizerem anúncios políticos

Mark Zuckerberg disse que uma das prioridades do Facebook em 2018 é 'garantir o discurso positivo e impedir a interferência nas eleições' em países como Brasil e EUA.

G1*

Edição: Clodoeste 'Kassu' AguaBoaNews

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Facebook vai exigir confirmação de identidade e localização de pessoas que fizerem anúncios políticos

CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, foi chamado a prestar esclarecimentos no Congresso americano

Foto: Getty Images

O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, disse nesta sexta-feira (6) que a rede social vai exigir a confirmação de identidade e localização dos anunciantes que veicularem propagandas políticas.
 
Trata-se de uma nova medida para remediar o dano à imagem do Facebook provocado pelo escândalo envolvendo o vazamento de dados de usuários pela consultoria de marketing político Cambridge Analytica, que pode ter afetado 87 milhões de pessoas.
 
Ele disse que uma das prioridades do Facebook é "garantir o discurso positivo e impedir a interferência nas eleições", lembrando que países importantes como Brasil, EUA, México, Índia e Paquistão terá eleições em 2018.

 
Zuckerberg anunciou as seguintes mudanças para aprimorar o Facebook antes das eleições:
  • Verificação de anunciantes políticos: todos os anunciantes terão de confirmar identidade e localização, do contrário serão proibidos de anunciar na plataforma.
  • identificação de anunciantes: eles terão que se identificar como anunciantes (e não usuários comuns) e mostrar quem pagou pelo anúncio;
  • nova ferramenta de transparência: sistema mostrará todos os anúncios políticos que uma página executa e também criará um arquivo de anúncios políticos;
  • verificação de grandes contas: segundo o Facebook, "isso tornará muito mais difícil para as pessoas executarem páginas usando contas falsas ou para crescerem viralmente e disseminarem informações erradas ou conteúdo polêmico dessa maneira.
O Facebook disse que contratará "milhares de pessoas" para fazer as verificações. "Estamos comprometidos em fazer isso a tempo para os meses críticos antes das eleições de 2018", disse Zuckerberg. O anúncio sobre a forma como a rede social vai lidar com os anunciantes daqui para frente ocorre dias após a empresa repaginar sua política de uso de dados e de seus termos de serviço.
 
Interferência russa na eleição dos EUA
 
Segundo o presidente do Facebook, a mudança ocorre após a rede social identificar o uso de contas falsas russas para tentar interferir na eleição americana de 2016. Zuckerberg disse que o Facebook aprimorou seus sistema após esse episódio e usou ferramentas de inteligência artificial para identificar e remover "dezenas de milhares" de contas falsas durante as eleições do Senado da França, Alemanha e do estado do Alabama, nos Estados Unidos.
 
Apesar do esforço para inibir o uso político do Facebook por contas falsas, Zuckerberg diz que o problema é "maior do que qualquer plataforma" e que essas medidas "não vão parar todas as pessoas que tentam jogar com o sistema".
 
"Mas elas tornarão muito mais difícil para qualquer um fazer o que os russos fizeram durante a eleição de 2016 e usar contas e páginas falsas para veicular anúncios", afirmou.
 
Veja abaixo o post de Zuckerberg na íntegra traduzido, em seu perfil no Facebook:
 
"Com eleições importantes chegando nos EUA, México, Brasil, Índia, Paquistão e outros países no próximo ano, uma das minhas principais prioridades para 2018 é garantir que apoiamos o discurso positivo e impedir a interferência nessas eleições.
 
Depois que identificamos a interferência russa nas eleições de 2016 nos EUA, implementamos com sucesso novas ferramentas de inteligência artificial que levaram às eleições especiais do Senado da França, Alemanha e Alabama, em 2017, que removeram dezenas de milhares de contas falsas. No início desta semana, removemos uma grande rede de contas falsas russas que incluíam uma organização de notícias russa.
 
Hoje estamos dando mais dois grandes passos:
 
Primeiro, a partir de agora, todos os anunciantes que desejarem exibir anúncios políticos ou de emissão precisarão ser verificados. Para ser verificado, os anunciantes precisarão confirmar sua identidade e localização. Qualquer anunciante que não passar será proibido de exibir anúncios políticos ou de emissão. Também os identificaremos como anunciantes e eles terão que mostrar quem pagou por eles. Estamos começando isso nos EUA e expandindo para o resto do mundo nos próximos meses.
 
Para uma transparência ainda maior nos anúncios políticos, também criamos uma ferramenta que permite que qualquer pessoa veja todos os anúncios que uma página está executando. Estamos testando isso no Canadá agora e vamos lançá-lo globalmente neste verão. Também estamos criando um arquivo de anúncios políticos antigos que permite buscas.
 
Em segundo lugar, também exigiremos que as pessoas que gerenciam páginas grandes sejam verificadas. Isso tornará muito mais difícil para as pessoas executarem páginas usando contas falsas ou para crescerem viralmente e disseminarem informações erradas ou conteúdo polêmico dessa maneira.
 
Para exigir a verificação de todas essas páginas e anunciantes, contrataremos milhares de pessoas. Estamos comprometidos em fazer isso a tempo para os meses críticos antes das eleições de 2018.
 
Estes passos por si só não vão parar todas as pessoas que tentam jogar com o sistema. Mas eles tornarão muito mais difícil para qualquer um fazer o que os russos fizeram durante a eleição de 2016 e usar contas e páginas falsas para veicular anúncios. A interferência das eleições é um problema maior do que qualquer plataforma, e é por isso que apoiamos a lei de anúncios honestos. Isso ajudará a elevar o nível de toda a publicidade política online."
 
*com informações da France Presse

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