Assim, o maior número de produtos disponíveis para comercialização em diferentes épocas do ano e ao longo do tempo, incrementa a renda e aproveita melhor a mão-de-obra familiar. Além disso, ele afirma ainda que a prática agroflorestal já é adotada em 25% das propriedades rurais brasileiras. “O Brasil vem experimentando muito com o conceito da agroflorestal. Nós temos, agora, eu acredito, uma revolução no Brasil, que é a intensificação através do uso dos sistemas integrados, integrando lavoura e pecuária, lavoura, pecuária e floresta, e diferentes combinações de sistemas integrados que já perfazem cerca de 12 milhões de hectares do Brasil.”
Capacitação
Desde 1999, a Embrapa oferece cursos presenciais de sistemas agroflorestais, destinados à produtores rurais, pesquisadores, professores e técnicos extensionistas. A partir de 2016, o órgão passou a mapear e estimular agroflorestas nas regiões Sul e Sudeste. No Rio de Janeiro, há exemplos dessa prática em municípios como Paraty e Silva Jardim. Nos locais, arbustos e árvores se unem a uma variedade de frutos, que vão desde limão, açaí, manga e acerola até caju, banana e laranja. O que comprova, na prática, o objetivo do modelo agroflorestal: a possibilidade de cultivar sem desmatar.
Outra problemática que também afeta os agricultores familiares é a gestão da água, recurso que é a base da produção no campo. Na visão do presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Luiz Hessmann, o consumo hídrico dos agricultores familiares é indispensável. Ele também reforça a necessidade de haver equilíbrio entre as áreas rural e urbana.
“O meio rural preserva ‘muito bem, obrigado’ as águas. O que nós precisamos muito seriamente é com o urbano, que está dando alguns problemas. E a água para nós na agricultura é de fundamental importância, é um case de sucesso em qualquer atividade na pecuária ou na agricultura”, afirmou ele.
A agrofloresta, segundo a Embrapa, tem como característica marcante a reciclagem mais eficiente dos nutrientes. A biomassa depositada no solo pela queda de folhas, pela poda de ramos e por resíduos das culturas anuais, por exemplo, melhora a oferta de nutrientes dos cultivos e favorece a atuação de microorganismos benéficos ao solo.
A dica para agricultores familiares é observar qual cultura será produzida e em qual região. A indicação é que se utilize espécies forrageiras perenes, como alfafa e capim, quando houver criação de animais. A Embrapa garante ainda que esse sistema de produção é uma opção viável para os produtores rurais, já que contribui para a diversificação de produtos e a sustentabilidade ambiental. Além disso, a prática agroflorestal incrementa a fertilidade do solo e reduz os custos de produção.
Se você quiser saber mais sobre esse tipo de produção sustentável, procure a Embrapa no seu estado ou na sua região. São mais de 60 unidades espalhadas pelo Brasil. Para ver a lista de locais e endereços completos, acesse
embrapa.br.