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28/12/17 às 11:06

O ano em que o mundo pegou fogo

‘Não existe planeta B’ foi o lema do encontro do clima em Paris; no Brasil tivemos um inverno e uma primavera anormalmente secos

Jorge Luiz Calife, Diário do Vale

Edição AguaBoaNews, Clodoeste Pereira 'Kassu'

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O ano em que o mundo pegou fogo

Catastrófico: O olho do Irma visto da estação espacial

Foto: Divulgação

O ano de 2017 foi marcado por incêndios devastadores que mataram mais de 100 pessoas em Portugal e atingiram também a região de Los Angeles, na Califórnia. Aqui no Brasil o clima seco e a estiagem longa também ajudaram a propagar o fogo que devastou nossas já escassas reservas ambientais. No Caribe o super furacão Irma provocou devastação nas ilhas de Barbuda e São Martinho. Até o super radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, ficou fora de ação devido aos ventos de categoria 5 do Irma. Outro furacão, no Texas, inundou a cidade de Houston. No oceano Ártico o degelo sem precedentes deixou os ursos polares morrendo de fome. Sem as banquisas de gelo eles não conseguem caçar seu alimento.

Apesar da posição contrária do presidente americano Donald Trump, o mundo continua unido para reverter os efeitos da mudança climática e do aquecimento global. Em novembro tivemos o encontro do clima de Paris, cujo lema foi “Não há plano B porque não existe planeta B”. Como enfatizou o presidente francês Emmanuel Macron na abertura da nova cúpula do clima. “Estamos perdendo a batalha. Não estamos agindo com rapidez suficiente. E não existe plano B porque não existe planeta B”, disse o presidente.

Provocando Donald Trump, que prometeu “fazer a América grande novamente”, Macron propôs fazer nosso planeta voltar a ser grande. A 21ª Cúpula do Clima da ONU esbarrou na falta de financiamento para implementar fontes de energia não poluidoras. Enquanto isso não acontece, o mundo enfrenta períodos de seca e grandes tempestades, como já previam os cientistas durante a primeira cúpula do clima, aquela que aconteceu no Rio de Janeiro em 1992.

No Brasil tivemos um inverno e uma primavera anormalmente secos. A cidade de Belo Horizonte passou 100 dias sem ver uma gota d’água cair do céu. Na Reserva Ambiental da Chapada dos Veadeiros 65 mil hectares de vegetação viraram cinzas. Na ilha do Bananal as lagoas viraram poças de lama de onde as equipes do Ibama tiveram que retirar jacarés atolados. As represas do centro oeste quase secaram. Sobradinho, na Bahia, ficou com seu reservatório reduzido a 3,4% do volume total.

Extremos

Agora, o verão chegou e com ele as chuvas torrenciais e as inundações. Estamos vivendo em um mundo de clima extremo. E como eles disseram em Paris, não existe um planeta B, um mundo para onde a humanidade possa se mudar, como nos filmes de ficção científica, se o nosso planeta se tornar inabitável.  Agora, em dezembro, a agência espacial Nasa anunciou que o sistema solar da estrela Kepler 90 tem oito planetas principais como o nosso. O problema é que este sistema solar gêmeo fica a 2500 anos-luz da Terra. Mesmo que tivéssemos naves capazes de se aproximarem da velocidade da luz, levaríamos 250 séculos para chegar lá.

E não valeria a pena. A temperatura média nos mundos de Kepler 90 fica em torno dos 400 graus centígrados. Em nosso sistema solar o único mundo, além da Terra, que oferece condições de habitação é Marte. Mesmo assim o ser humano não sobrevive um minuto na superfície de Marte sem um traje espacial. Os cientistas falam em modificar a atmosfera marciana para suportar vida humana, em um processo chamado de terraformação. Mas, levaria mais de 300 anos para o processo ser concluído e o ar de Marte se tornar respirável.

E o ano terminou com a Califórnia pegando fogo novamente. Lá esses incêndios são comuns devido a um tipo de vegetação altamente inflamável e os chamados ventos de Santana, que sopram do interior do deserto. Diferente de Portugal onde o fogo surpreendeu a todos. As imagens deste novo mundo apocalíptico foram a marca de 2017. Como a foto chocante do urso polar desnutrido, e do céu de Londres pintado de amarelo, imitando o cenário do Blade Runner.


Chamas: Incêndio em Portugal matou mais de 100

Planeta B: Calor em Kepler 90i chega a 400 graus


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