Notícias / Policial

13/12/17 às 10:15

PF faz buscas na casa do governador do TO em operação que investiga primeira-dama

A 6ª fase da operação Ápia foi deflagrada em Palmas e em Brasília. Polícia Federal cumpre 16 mandados de busca e apreensão e oito de intimação.

G1 Tocantins e TV Anhanguera

Edição AguaBoaNews, Clodoeste Pereira 'Kassu'

Imprimir Enviar para um amigo
PF faz buscas na casa do governador do TO em operação que investiga primeira-dama

Combinação fotos - Dep. Dulce Miranda e Dep. Carlos Gaguim

Foto: Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados; Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (13), mandados de busca e apreensão e de intimação na casa do governador Marcelo Miranda (PMDB) e da primeira-dama e deputada federal Dulce Miranda (PMDB). Ela é um dos alvos da 6ª fase da operação Ápia da Polícia Federal, que investiga corrupção e lavagem de dinheiro.
 
O deputado federal do Tocantins Carlos Gaguim (Pode) e o empresário Benedito Farias, conhecido como Dito do Posto, dono de uma rede de postos de combustíveis, também são investigados.
 
A reportagem ainda não conseguiu contato com os deputados ou seus assessores. O portal ligou para o celular pessoal do empresário Dito às 9h, mas as ligações caíram na caixa postal. Por volta do mesmo horário, a reportagem também ligou para os telefones da CRT, mas ninguém atendeu.
 
A polícia cumpre 16 mandados de busca e apreensão e oito de intimação contra investigados mencionados em acordo de colaboração premiada homologado no Supremo Tribunal Federal.
 
Alguns dos locais onde a PF cumpre mandados de busca e apreensão são a casa do governador e o prédio onde moram Gaguim e Dito do Posto. A decisão é do STF porque envolve pessoas com foro privilegiado.
 
A PF informou que nesta fase da operação, apura-se os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro decorrentes de vários pagamentos de propinas realizados pela empresa Construtora Rio Tocantins (CRT), de propriedade do colaborador Rossine Ayres Guimarães, a políticos. O G1 busca contato com a empresa, desde às 8h.
 
Operação Ápia
 
A 1ª fase da Operação Ápia foi deflagrada em outubro do ano passado para desarticular uma organização criminosa composta por servidores públicos, empresários e agentes políticos, investigados por fraudes em licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica em várias rodovias estaduais em valores que superam R$ 850 milhões.
 
As obras foram custeadas por recursos públicos adquiridos pelo Estado de Tocantins, por meio de empréstimos bancários internacionais e com recursos do BNDES, tendo o Banco do Brasil como agente intermediário dos financiamentos no valor total de R$ 1.203.367.668,70.
 
Na época, 115 mandados judiciais foram cumpridos. Um deles foi contra o ex-governador Sandoval Cardoso (SD), que teve a prisão preventiva decretada e ficou 15 dias preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas.
 
O ex-governador Siqueira Campos, também foi alvo na 1ª fase da operação. Ele foi levado para prestar depoimento na sede da PF, em Palmas.
 
Segundo o superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, os núcleos eram formados com a intenção de fraudar e burlar a fiscalização de forma a conseguir lucrar com os serviços, que muitas vezes não eram executados.
 
"O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais", disse.
 
O superintendente explicou que os empréstimos estavam fundamentados em uma lei estadual, a qual também autorizou o estado a criar um comitê executivo que gerava os recursos e os distribuía para várias secretarias estaduais. Uma delas era a Secretaria de Infraestrutura (Agetrans) que fazia a licitação e o acompanhamento de todas as obras.
 
"Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal", explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira.

comentar  Nenhum comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Agua Boa News. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Agua Boa News poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
 
 
Sitevip Internet