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02/09/17 às 14:15

Corrupção Absurda - Programa de doação de óculos rende R$ 3,5 mi em propina

Oscip foi criada por empresário para garantir esquema

Carlos Dorileo, Folha Max

Edição ÁguaBaNews, Clodoeste Kassu

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Corrupção Absurda - Programa de doação de óculos rende R$ 3,5 mi em propina

Foto: Divulgação

A delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) à Procuradoria Geral da República (PGR) mostra que não foram só nas grandes obras ou em concessão de incentivos fiscais se resumiram as fraudes realizadas em sua gestão. Segundo o ex-governador, até mesmo programas sociais destinados às pessoas mais carentes eram usados para desviar recursos públicos.

Em uma das confissões, o ex-governador Sllval Barbosa revelou uma fraude em um programa de compra e distribuição de óculos para população carente, criado em 2010, no primeiro ano de seu mandado. Naquele ano, o ex-governador assumiu o Governo em março, após renúncia de Blairo Maggi (PP), atual ministro da Agricultura, para concorrer ao Senado.

Ao Ministério Público Federal, Silval contou que a prestação de serviços excedeu em R$ 3,5 milhões. Os valores não foram inicialmente pagos, o que gerou cobrança por parte do proprietário da empresa. 

Diante das cobranças, o ex-secretário Eder Moraes deu a “ideia” fraudulenta para pagar a dívida com a empresa. "Diante das cobranças, Eder Moraes deu a idéia de criar uma Oscip pelo próprio proprietário da empresa que prestou os serviços, chamada Idep, no ano de 2011, a fim de viabilizar os pagamentos que restaram do programa anterior do ano de 2010, pois restava uma dívida de R$ 3,5 milhões",diz a delação.

Ainda conforme Barbosa, o pagamento foi realizado sem a prestação dos serviços – fornecimento de óculos -, somente para regularizar o atrasado. “O pagamento foi realizado via Idep sem a correspondente prestação de serviço somente para regularizar o atrasado com a previsão das mesmas prestações de serviço, porém não prestados, foi simulado e assinado com o governo”, descreve.

É relatado também pelo ex-governador que o contrato simulado foi assinado pelo governo e pago pela Casa Civil.
 
DELAÇÃO

Preso por 21 meses, entre setembro de 2015 e junho de 2017, o ex-governador Silval Barbosa passou a confessar crimes e delatar esquemas dos quais participou ou teve conhecimento. Ele firmou colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República que foi homologada no dia 9 de agosto pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Até então em sigilo, Fux determinou no último dia 25 que os depoimentos sejam acessíveis publicamente. Ao todo, Silval Barbosa, sua esposa Roseli Barbosa, seu filho Rodrigo Barbosa, seu irmão Antônio Barbosa e ainda seu ex-chefe de gabinete Sílvio Correa detalharam 56 eventos criminosos ocorridos entre 2003 e 2014 em Mato Grosso.


 
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  • por Luis Gonzaga Domingues, em 03/09/17 às 08:20

    Será que esses programas sociais sistencialistas quesão realizados juntamente com prefeituras e governo do estado de Mato Grosso atualmente é diferente do governo do Silval Barbosa?. Os programas são implementados com objetivo de desviar dinheiro público e enganar os pobres. Dessa maneira eles ganham os votos das pessoas humildes que pagam a maior partes dos impostos no Brasil. Podemos exemplificar de várias maneiras: casamento comunitário(não sabemos os valores gastos nestes eventos), eventos ligados a dança para idosos( ocorre a mesma coisa), festas do agronegócio(milhões de reais são gastos para pagar cantores com dinheiro público/ do povo). Em Água Boa-MT não é diferente todos nós pagamos e não sabemos exatamente os valores pagos e no que foi gasto. Também essas autoridades priorizam outros tipos de eventos, enquanto temos pessoas morando nas ruas passando fome, doentes e sem moradia. O poder público engana a população ao não envolvê-las discussão sobre diferentes temas ou assuntos de relevantes importância para os jovens, idosos, etc. Na realidade falta conhecimento para os responsáveis pelos diversos setores da Prefeitura Municipal, como Secretaria de Assistencia Social, Secretaria de Educação e também na maioria das vezes um desinteresse em esclarecer as pessoas.

 
 
 
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