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27/08/17 às 09:05

Delação Monstruosa - Fux abre inquérito contra Blairo Maggi

Ministro passa a ser o principal investigado no inquérito; Silval firmou o compromisso de pagar uma indenização de mais de R$ 70 milhões

Pablo Rodrigo, Diário de Cuiabá

AguaBoaNews

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Delação Monstruosa - Fux abre inquérito contra Blairo Maggi

Ministro Luiz Fux

Foto: Divulgação

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Blairo Maggi (PP), se tornou o principal investigado no inquérito aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, para investigar um sistema de corrupção ligado ao Poder Executivo de Mato Grosso pelo período de 2006 a 2014.

A investigação é resultado do acordo de delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que mostrou um esquema de recebimento de propinas de empresas que tinham contrato com o governo, para desviar dinheiro dos cofres públicos e abastecer com propina autoridades como conselheiros do Tribunal de Contas, deputados estaduais, deputados federais e senadores da República.

No documento, o procurador da República Rodrigo Janot, diz que o ministro e ex-governador de Mato Grosso, exercia uma função de liderança no que classificou de “organização criminosa”.

“Entre os agentes políticos, destaca-se a figura de Blairo Borges Maggi, o qual exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa, embora se possa afirmar que outros personagens tinham também sua parcela de comando no grupo, entre eles o próprio Silval Barbosa e José Geraldo Riva”, diz trecho do pedido de Janot.

Janot deve delegar poderes a Polícia Federal para prosseguir com inquéritos e até mesmo deflagrar operações policiais que possam resultar em mandados de busca e apreensão e prisão preventiva.

O ex-governador Silval Barbosa entregou vídeos gravados em que o seu ex-chefe de gabinete, Silvio César Corrêa de Araújo entrega maços de dinheiro a deputados estaduais, o que seria uma recompensa de ‘mensalinho’ pelo apoio dos parlamentares ao governo do Estado enquanto exerceram mandato na Assembleia Legislativa.

No acordo firmado com a Procuradoria Geral da República, o ex-governador Silval Barbosa concordou em cumprir pena de 20 anos de reclusão, sendo 3 anos e 6 meses em regime domiciliar diferenciado, com uso de tornozeleira; 2 anos e seis meses no regime semiaberto, com tornozeleira e recolhimento em casa das 22h às 6h; e o restante da pena em regime aberto, sem tornozeleira, mas com a obrigação de comparecer todo mês diante de um juiz.

Durante o cumprimento de toda a pena, o peemedebista ficará impedido de ocupar cargo público. Silval também firmou o compromisso de pagar uma indenização de mais de R$ 70 milhões.

Todas tratativas deste acordo de colaboração premiada foram conduzidas pela Procuradoria Geral da República (PGR) porque envolve autoridades com foro por prerrogativa de função na esfera criminal no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF).

Por conta disso, são suspeitos de crimes autoridades como o governador do Estado, conselheiros do Tribunal de Contas, desembargadores, senadores da República e ministros de Estado.

OUTRO LADO - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), encaminhou nota à imprensa na tarde desta sexta-feira (25), após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, retirar o sigilo sobre a delação do ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB) e determinar a abertura de um inquérito contra Maggi.

“Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas. Entendo ser lamentável os ataques à minha reputação, mas recebo com tranquilidade a notícia da abertura de inquérito, pois será o momento oportuno para apresentação de defesa”, diz trecho da nota.

“Repudio ainda a afirmação de que comandei ou organizei esquemas criminosos em Mato Grosso. Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas”, complementa.


 

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