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24/06/17 às 08:49

Cuiabá - Chefe e adjunto da Casa Militar e mais dois PMs são presos por grampos clandestinos

Desembargador do TJ mandou prender secretário-chefe e secretário-adjunto da Casa Militar, comandante do 4ª Batalhão da PM e policial cedido ao Gaeco.

Lislaine dos Anjos e André Souza, G1 MT

Edição para ÁguaBoaNews, Clodoeste Kassu

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Cuiabá - Chefe e adjunto da Casa Militar e mais dois PMs são presos por grampos clandestinos

Coronel Evandro Alexandre Lesco aparece na foto ao lado direito do governador Pedro Taques (PSDB)

Foto: Gcom-MT

O secretário-chefe e o secretário-adjunto da Casa Militar, coronéis Evandro Lesco e Ronelson Barros, respectivamente, foram presos nesta sexta-feira (23), em Cuiabá, por suposto envolvimento no esquema de grampos clandestinos montado no Núcleo de Inteligência da Polícia Militar, denunciado em maio deste ano.
 
Além deles, também foram presos o comandante do 4º Batalhão da PM em Várzea Grande, região metropolitana da capital, tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista, e o cabo Euclides Luiz Torezan, que estava cedido ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). As prisões preventivas foram determinadas pelo desembargador Orlando Perri, responsável no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) pela investigação sobre os grampos clandestinos.
 
Diante das prisões, o governador Pedro Taques (PSDB) determinou o afastamento provisório e não remunerado dos dois secretários, até que as investigações esclareçam a suposta partipação deles no esquema.
 
Em nota, o governo do estado afirmou que os secretários Evandro Lesco e Ronelson Barros "gozam da total confiança do governo" e que, apesar das prisões, as investigações estão em fase inicial e "não há nenhum ato que desabone suas condutas de militares e agentes públicos honrados e probos [íntegros]". Quanto aos outros dois militares presos, o governo diz que acompanhará as investigações sobre suas atuações.
 
O coronel Evandro Lesco teria sido alertado, na manhã de hoje, sobre a possibilidade da prisão dele. Em ofício enviado ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rui Ramos, o governador do estado afirmou que o corregedor-geral e o diretor de Inteligência da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes e tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, informaram a secretários de estado sobre a realização de uma operação que poderia resultar na prisão de servidores da Casa Militar.
 
Segundo consta no ofício, a informação teria sido passada a eles pelo coronel Jorge Catarino de Moraes, responsável pelo andamento do Inquérito Policial Militar (IPM) que apura a existência de uma central clandestina de interceptações telefônicas na PM.
 
O governo informou, que a partir do vazamento da informação sobre as prisões, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT) encaminhou a notícia do suposto crime de obstrução da Justiça ao Ministério Público da Auditoria Militar.
 
Troca de comando
 
Diante das prisões dos coronéis Lesco e Barros, o governador anunciou a nomeação do coronel da PM, Wesley de Castro Sodré, atual comandante regional de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, para responder interinamente pela chefia da Casa Militar.
 
O vazamento de informação pelos militares também causou a troca do comando da Polícia Militar. O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo governo do estado. O cargo será ocupado, a partir de segunda-feira (26), pelo coronel Marcos Cunha, que atualmente é secretário-adjunto de Segurança Pública.
 
Central clandestina
 
Em depoimento à Corregedoria da PM, a sargento da Polícia Militar Andrea Pereira de Moura Cardoso, confirmou a existência de uma central de interceptações fora do Comando Geral da PM e disse ter executado o serviço para cumprir ordens dos seus superiores e citou os nomes dos coroneis Zaqueu Barbosa, ex-comandante da PM, e Airton Siqueira, atual secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos.
 
No início, as escutas eram feitas em um apartamento no Centro de Cuiabá, nas proximidades do Museu da Caixa D'Água Velha. O local tinha dois quartos que eram usados pelos PMs para os trabalhos. No cômodo em que Andrea ficava havia dois computadores, fones de ouvido e um aparelho que parecia ser uma CPU grande, segundo a policial. No outro quarto, com armários e cerca de 15 aparelhos celulares ligados a um computador, quem ficava era o cabo Gerson Ferreira, que também está preso há um mês.

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  • por José dominicano, em 24/06/17 às 11:08

    Esses policiais ouvindo conversas de pessoas de bem,pelo amor de Deus ninguém tem privacidade nesse país,porque eles não grampearam os telefones dos políticos pra ouvir oque eles andam fazendo com o dinheiro público

 
 

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