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27/07/18 às 07:53 | Atualizada: 27/07/18 às 07:57

Consulta ginecológica da mulher homossexual: há diferenças?

Estudos recentes nos mostram que essas pacientes vão menos ao ginecologista.

Diversos motivos são apontados para essa triste realidade: medo de sofrer comentários preconceituosos, receio da reação do ginecologista, achar que não necessitam ir (já que não necessitam de métodos contraceptivos), achar que não necessitam fazer exames preventivos - Papanicolaou (coleta cérvico vaginal), achar que não existe o risco de contrair uma Doença Sexualmente Transmissível em uma relação homo afetiva.

Todas essas crenças contribuem para que muitas mulheres fiquem em situação de vulnerabilidade. Para agravar ainda mais o quadro, muitas vão ao ginecologista e não revelam sua orientação sexual, não tendo, portanto, suas demandas atendidas.

As pacientes homossexuais devem fazer coletas preventivas como as heterossexuais e, caso necessário, a coleta pode ser realizada com espéculo de virgem (e caso não seja possível, cotonete) no caso da mulher ainda ter o hímen íntegro.

Mulheres que fazem sexo com mulheres podem contrair Doenças Sexualmente Transmissíveis, e elas são contraídas mais freqüentemente pelo compartilhamento de objetos sexuais e pelo ato sexual durante o período menstrual.

Casais homossexuais têm direito a informação sobre técnicas disponíveis de reprodução para ter filhos, bem como serem encaminhadas aos serviços especializados em reprodução assistidas. Existem duas formas de reprodução assistida para casais homo afetivos femininos. A inseminação intra-uterina, onde uma das pacientes é submetida a indução da ovulação com medicações e a seguir insemina-se com sêmen de um doador através de um banco de sêmen e a fertilização in-vitro, onde uma delas poderá ter seu óvulo fecundado por espermatozóide doado e ela mesma continuar a gravidez ou o óvulo fecundado pode ser colocado no útero da outra parceira para que assim ocorra a gravidez e as duas tenham participação no processo.

O alcoolismo, depressão, ansiedade, sobre peso e o uso de drogas, afetam esse grupo de pacientes, expostas ao preconceito social, stress e muitas dessas mulheres não têm apoio familiar em relação a sua orientação sexual. Nessas situações, a busca de ajuda médica ou psicológica é de fundamental importância.

Toda paciente, independente de sua orientação sexual precisa de um atendimento digno e livre de preconceitos. Infelizmente, nem sempre essa é a realidade dos profissionais que prestam atendimento médico, por esse motivo, busque sempre profissionais "LGBT friendly".
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