Artigos / Ernani Caporossi

02/08/17 às 11:29

BICHECTOMIA

Dra. Michellen Sossai Pagnoncelli

Dra. Michellen Sossai Pagnoncelli

Foto: Arquivo Pessoal

Em 1802, o anatomista francês Marie François Xavier Bichat descobriu uma estrutura gordurosa presente na face, na região da bochecha logo abaixo das maças do rosto, ficando esta estrutura conhecida como Bola de Bichat ou Corpo Adiposo Bucal.

A cirurgia para retirar o excesso da mesma é chamada de Bichectomia, onde é feita uma incisão na parte interna da bochecha próximo aos molares, sem cicatrizes aparentes. Trata-se de uma técnica descrita em 1980, já consolidada mundialmente no meio científico, mais pouco difundida aqui no Brasil.

O nome dado a esta cirurgia se refere a uma gordura localizada na face que possui o formato piramidal, cujo tamanho varia conforme a idade embora seja maior em crianças, passando a ser menor com o envelhecimento.

A cirurgia se dá por anestesia local com ou sem sedação, uma incisão de 1 a 2 cm. Dissecção e identificação da Bola de Bichat e tração delicada da gordura para fora sempre cuidando para não retirar demais. A incisão feita com bisturi elétrico é interessante, pois cauteriza e evita o sangramento.
O tempo de recuperação é muito semelhante à extração de um dente do siso. O inchaço é variável, mas normalmente dura em torno de 1 semana sendo mais intenso nos 3 primeiros dias. Na primeira semana o ideal é fazer repouso relativo, evitando o esforço físico e exposição ao sol. Na incisão feita intraoral, indica-se evitar consumir alimentos cítricos podendo causar maior desconforto.

Inicialmente era indicada para pessoas que tinha problemas como, por exemplo, de morder freqüentemente a bochecha devido ao estreitamento do corredor bucal e com a intervenção resolvia. Entretanto, o interesse aumentou devido às mudanças dos padrões de beleza que elegeram os rostos finos como símbolos de charme e sedução, porém vale salientar que esse tipo de cirurgia não é indicado para todos, pois com o envelhecimento pode haver a esqueletização do rosto.

Por ser um procedimento de pequeno porte, os riscos são mínimos. Existem algumas complicações possíveis como em toda cirurgia (sangramento, infecção, etc.) e outras mais específicas, mas igualmente raras (lesão de nervo, assimetria, ressecção em excesso). A bola de Bichat por estar localizada próximo a duas ramificações do nervo trigêmeo, que assim como vários outros nervos presentes no rosto, o nervo trigêmeo é um nervo sensitivo que controla as sensações que se espalha pela face, é muito importante a correta avaliação e localização da bola de Bichat para evitar que venha a danificar algum desses nervos, evitando conseqüentemente uma paralisia facial.

Além da realização dos exames pré-operatórios (glicemia, coagulograma e hemograma completo) e da avaliação cardiológica, é importante que antes da cirurgia o paciente realize um jejum de oito horas. Pessoas com uma expectativa irreal sobre o procedimento não devem realizar este tipo de operação.

O procedimento é irreversível, ou seja, a remoção da gordura é definitiva. Quanto aos resultados, estes começam a aparecer após três semanas e após 3 – 4 meses é que se pode ter o resultado final.

*Dra. Michellen Sossai Pagnoncelli
Especialista em Cirúrgia Oral Menor e Bichectomia
Ernani Caporossi

Ernani Caporossi

O autor Ernani Caporossi é especialista em Dentística Restauradora e Prótese Dental, MBA em Gestão em Saúde, membro fundador da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), da Academia Brasileira de Osseointegração (ABROSSI) e da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral (SBRO).

 
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