Artigos / Juacy da Silva

29/06/17 às 16:20

UM GOVERNO MORIBUNDO

Quando o atual presidente e na época vice-presidente Temer escreveu e deu a público o documento intitulado “Uma ponte para o futuro”, na prática estava dando o sinal para o PMDB e outros partidos aliados que apoiavam a Presidente Dilma, que ali estava se iniciando uma ruptura que derrubaria a presidente petista e o colocava em sua cadeira no Palácio do Planalto.
 
Para entender  a crise que está dilacerando o Brasil desde a eleição e não posse de Tancredo Neves,  é fundamental ter em mente o papel do PMDB nesses  longos anos. De aliado dócil dos governos militares e presidente do PDS, SANEY, por longas décadas, depois do fim dos governos militares, passou a ser um democrata convícto, de carteirinha, e expoente de primeira grandeza do PMDB, chegando a ocupar a presidência da República por cinco anos em substituição a Tancredo Neves,avô do Senador afastado e na iminência de ser preso Aécio Neves. Após deixar a Presidência Sarney  ocupou uma cadeira no  Senado por anos a fio, enquanto sua família mantinha o Maranhão como uma capitania hereditária.
 
Sarney, foi o presidente que ostentou os mais baixos índices de popularidade e de maior rejeição , apenas 5%,  seguido por Temer, que na última pesquisa do Data Folha tem apenas 7% de apoio de entrevistados que consideram seu governo e seu desempenho como bom e ótimo, quase 80% o o consideram ruim e péssimo.
 
Sarney, sob a acusação de ser um governo fraco, corrupto e inépto, em meio a uma inflação galopante, levou o povo a eleger Collor para Presidente, tendo como vice, mais um quadro de alta estatura que foi Itamar Franco, que conseguiu, em parceiria com seu ministro da Fazenda FHC, debelar  a inflação de mais de tres dígitos e implementar  o Plano Real.
 
Collor também deixou a Presidência sob graves acusações de corrupção em meio a grandes manifestações populares exigindo o fim de seu governo, possibilitando, novamente que o PMDB ocupasse a Presidência da República com Itamar Franco.
 
Terminado o governo Itamar, coube a FHC e os tucanos, com o apoio do PMDB e do PFL,hoje DEM governar por oito anos, mas não conseguindo eleger seu successor com  Serra  e uma representante do PMDB como vice, possibilitanto a  vitória de Lula e de seus aliados de esquerda.
 
Percebendo que não teria maioria no Congresso e nem apoio do empresariado, ávidos pelos favores e mutretas do Estado, Lula lançou a “CARTA AO POVO BRASILEIRO”, para acalmar opositores internos e os investidores externos e ampliou o leque de sua grande aliança onde incluiu forças conservadores, politicos corruptos, latifundiários, banqueiros, grandes corporações nacionais e internacionais, favorecendo de forma clara o grande capital e para amainar as críticas e oposição de seus aliados da esquerda criou uma série de programas assistencialistas, por exemplo, o Bolsa Família, que  herdou de FHC para distribuir migalhas aos pobres enquanto ampliava a pilhagem dos cofres públicos através do Bolsa Empresário e a institucionalização da corrupção como forma de governar, da qual, novamente, o PMDB   passou a fazer parte desde as primeiras horas do governo lulopetista.
 
Terminados  os dois mandatos de Lula, em meio a diversos escândalos, cujo maior símbolo  foi o MENSALÃO, que acabou levando para a cadeia praticamente toda a cúpula petista, com excessão  de Lula,  que  anda as voltas com a  LAVA JATO  e uma ameaça coonstante de ser preso e fazer companhia para alguns corruptos, que outrora ocuparam altos cargos na política e administração pública brasileira, mas que acabaram presos, julgados e condenado, juntamente com diversos empresários marcadamente corruptos, depois que não mais gozavam das benesses do  FORO PRIVILEGIADO, uma excrescência juridica que facilita a vida dos corruptos, que aos poucos está sendo substituida pelas famosas delações premiadas, que beneficia corruptores.
 
Os  fatos, debates e grandes manifestaçõs de massa que exigiam o impeachment de  Dilma e pelo fim da corrupção estão bem presentes na memória do povo brasileiro. Alçado `a condição de presidente, primeiro de forma temporária e após a derrubada de Dilma, de forma definitiva, Temer rodeou-se de diversos ministros e parlamentares federais, suspeitos ou investigados na  LAVA  JATO  e imaginou que poderia governar como se presidente eleito democraticamente fosse. Ledo engano. A Chapa Dilma/Temer é suspeita e acusada de ter usado dinheiro sujo, propina de empreiteiras e grandes corporações, para se eleger.
 
A Chapa Dilma/Temer  só não foi cassada e Temer poderia ter perdido o mandato se ele próprio , não tivesse indicado dois ministros para o TSE que votaram contra a cassação da referida chapa e ter sido salvo pelo voto de Minerva do Presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes.
 
O assunto continua proximamente, durante o julgamento da denúncia de Temer por corrupção passiva e outros crimes, que deverá  ser julgado pela Câmara Federal, onde dezenas de deputados também são investigados por corrupção.
Juacy da Silva

Juacy da Silva

Juacy da Silva, professor titular aposentado Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da Pastoral da Ecologia Integral.
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