Artigos / Gabriel Guidotti

18/09/15 às 07:11

Criatividade para tributar

O pacote econômico do Governo Federal repercutiu de formas diferentes na mídia. Economistas o consideraram equilibrado, de modo que as bases para o retorno do crescimento devem ser restabelecidas nos próximos anos. Pessoas ligadas à política, entretanto, criticaram as medidas, ressaltando que elas não seriam necessárias caso a atual gestão não tivesse levado o país para o fundo do poço.
 
Em suma, o poder público precisa arrecadar. E para isso vai contar com seu parceiro de sempre: o contribuinte. Se o brasileiro tivesse escolha, certamente não patrocinaria, com o dinheiro do seu suor diário, esses incontáveis malfeitos da política. Mas imposto é, como o próprio nome diz, imposto. Não há como fugir dele. Tendo isso em vista, venho fazer algumas sugestões ao governo Dilma. Querem dinheiro? Que tal um pouquinho de criatividade?
 
Além do retorno da CPMF, o brasileiro será taxado pelo ar que respira. Cada contração dos pulmões convergirá em determinado valor que as pessoas terão de pagar ao governo. A bem da verdade, nossa atmosfera está poluída. O futuro de nossa espécie só será preservado por meio de receitas que garantam a pureza do oxigênio terrestre. A estimativa é de arrecadar alguns bilhões que serão fatiados também entre programas sociais. Dinheiro fácil para recuperar o Brasil!
 
Outro tributo a ser avaliado é aquele que atina à nossa liberdade de ir e vir. Quando uma pessoa sai de casa, ela usa as ruas da cidade onde mora, correto? Pois bem, para cada metro galgado longe do lar, o governo vai impor uma taxa. Desfrutar de ruas, praças e espaços públicos causa desgaste das estruturas. O governo precisa adquirir verba que, além de suprir a manutenção dos logradouros, vai ser redirecionada a projetos de finalidade pública. Isso se a corrupção não crescer o olho para cima dessa receita.
 
A despeito da ironia, é exatamente isso que os governantes fazem. Aumentar impostos significa ultrajar a dignidade do cidadão, que já paga o absurdo preço da incompetência dos políticos. A situação se agrava a cada ano. Se os valores arrecadados fizessem de nosso país uma nação próspera e equilibrada, valeria a pena contribuir. Mas isso não se vê. Financiamos erros administrativos, erros de gestão. Infelizmente, não há mostras de que essa sangria um dia vai estancar. Esperança... é tudo que nos resta.
Gabriel Guidotti

Gabriel Guidotti

Gabriel Bocorny Guidotti é bacharel em direito, jornalista e escritor.
Porto Alegre – RS
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