Artigos / Dr. Orlando Barreto Neto

26/02/16 às 07:42

Conheça o ZIKA!

O Zika vírus (ZIKAV) é um RNA vírus e até o momento, são conhecidas e descritas duas linhagens do vírus: uma Africana e outra Asiática.

O principal modo de transmissão descrito do vírus é por vetores. No entanto, está descrito na literatura científica, a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório de pesquisa, perinatal e sexual, além da possibilidade de transmissão transfusional.

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas, porém quando presentes a doença se caracteriza principalmente pelo surgimento do exantema, febre intermitente, dor nas articulações, musculares e de cabeça.

Recentemente, foi observada uma possível correlação entre a infecção ZIKAV e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com circulação simultânea do vírus da dengue, porém não confirmada à correlação.

A relação entre Zika e microcefalia foi confirmada pela primeira vez  no fim de novembro pelo Ministério da Saúde brasileiro. A investigação ocorreu depois da constatação de um número muito elevado de casos em regiões que também tinham sido acometidas por casos de zika.

A evidência crucial para determinar essa ligação foi um teste feito no Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde no Pará, que detectou a presença do vírus da zika em amostras de sangue coletadas de um bebê que nasceu com microcefalia no Ceará e acabou morrendo.

Aparentemente, é impossível proteger-se da microcefalia depois que a gestante já foi atingida pelo vírus. Os casos que apresentam sintomas variam entre 20% e 25%, ou seja, na maioria das situações, a futura mãe não tem quadro clínico, nem ciência de que tem a virose.

Os médicos contam que o principal impacto da microcefalia se dá nos três primeiros meses da gestação. “Mas a redução da cabeça do bebê só é detectada lá pelo quinto mês” afirmam.

No caso do Zika, alguns fetos apresentam os sinais mais tardiamente. Por isso, especialistas em ultrassonografia ainda estudam formas de identificá-los precocemente.

Sabe-se que há relação entre o Zika vírus e a microcefalia, e que a infecção se previne por meio do uso de repelentes. “As gestantes devem usá-los sobre a pele exposta e sobre a roupa”, orienta Roberto Cardoso, obstetra com ênfase em medicina fetal (SP).

A grande variedade de repelentes existentes no mercado oferece uma formulação composta por ativos recomendados de acordo com a idade. Segundo Dr. Bel Takemoto, dermatologista, para se proteger da picada de mosquitos é necessário passar o produto e reaplicar conforme instruções do fabricante.

Bel comenta sobre alguns exemplos de princípios ativos, como Icaridin ou Picaridin, IR 3535 e DEET (dietiltoluamida), nos quais o tempo de ação também é diversificado. “Embora seja possível contar com a proteção dos repelentes, é importante adotar medidas simples e eficazes, como instalar telas em portas e janelas da casa onde mora, além de utilizar roupas que cubram braços e pernas, para manter o mosquito bem longe”, conclui.

Para evitar o contágio, as grávidas devem adotar medidas de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, portanto, eliminar os possíveis focos de criadouros, manter janelas e portas fechadas e se possível teladas, usar repelentes permitidos para gestantes, além de blusas e calças compridas.
"Para a OMS, o vírus da zika é culpado pela microcefalia até que se prove o contrário", disse Margaret, ressaltando que o governo tem uma tarefa medonha já "que as coisas podem piorar, antes de melhorarem".

É preciso admitir que estamos enfrentando algo novo, que não conhecemos bem. O que sabemos é baseado em aspectos mais gerais e apoiado em experiências de outras doenças transmitidas por mosquitos".
Dr. Orlando Barreto Neto

Dr. Orlando Barreto Neto

Orlando Barreto Neto é médico obstetra e ginecologista no Paraná (CRM-PR 32.481).
 
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